Você pensa que, para estar feliz no trabalho, é preciso apenas sucesso financeiro? Se a resposta for sim, lamento informar que as pesquisas dizem o contrário.
O executivo Fredy Machado fez um levantamento com mais de 300 profissionais, de 21 estados, incluindo 18 brasileiros expatriados com faixa etária entre 26 e 60 anos de idade, e constatou que dinheiro representa apenas um item importante.
Problemas no relacionamento, excesso de cobrança com escassez de reconhecimento e competição exagerada tem atrapalhado a vida de muita gente que ganha bem no mundo corporativo.
Segundo Machado, os índices de insatisfação e infelicidade no ambiente corporativo são altos. Pela pesquisa, realizada por meio do aplicativo Survey Monkey, 90% das pessoas estão infelizes no trabalho.
O levantamento acabou se transformado no livro “É Possível se Reinventar e Integrar a Vida Pessoal e Profissional”, lançado recentemente pelo selo Benvirá, da Editora Saraiva, e serve de alerta: “É preciso propósito nas pessoas e nas empresas”.
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Mudança na cultura das empresas
Uma reflexão importante feita com base na pesquisa é sobre a cultura das empresas. Fredy Machado ressalta que é preciso mudar a cultura corporativa para melhorar o ambiente e isso não ocorre apenas colocando mesas de pingue-pongue e tobogãs em salas de descanso, mas com mudanças nos procedimentos.
Há uma grande transformação e um choque de gerações dentro das empresas, o que aumenta a tensão. “É preciso valorizar as pessoas”, ressalta ele.
Afastamento de trabalhadores
Na avaliação de Fredy Machado, há muita gente que trabalha apenas pelo dinheiro, mas para muitas pessoas (inclusive empreendedores) o trabalho não faz mais sentido. A situação é tão grave que vem chamando a atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os casos de depressão no mundo corporativo.
“As empresas hoje gastam em média R$ 206 bilhões anualmente com a depressão de colaboradores”, acrescenta. Essa seria a segunda principal causa mundial de afastamento de profissionais com licenças médicas.
Detalhe: pelo levantamento, das 304 pessoas que responderam a pesquisa e falaram da sua infelicidade, 153 eram empresários; 65 empreendedores; 86 profissionais liberais; 82 executivos e 13 estudantes. Outras 43 pessoas ignoraram a pergunta (que podia admitir mais de uma resposta) sobre a ocupação de cada entrevistado.