As lições de liderança da série que conquistou o Brasil e que teve sua continuação confirmada. Isso mesmo! Vai ter a terceira temporada de La Casa de Papel. Neste artigo, vamos falar sobre o grande mentor do assalto à Casa da Moeda: o professor. Ele tem qualidades que são muito importantes a um líder no mundo corporativo. Veja quais são!
Confesso que com tanta publicidade e tantos comentários em torno desta série espanhola, me rendi. Queria entender porque assaltantes de macacões vermelho e máscaras de Salvador Dalí estavam causando tanta comoção nas redes sociais, virando comentários em qualquer roda de conversa.
Mas como o objetivo aqui não é discutir uma série de televisão, e nem quem é culpado ou falar da ansiedade de esperar os próximos episódios, vou me ater a um personagem que me chamou a atenção: o Professor.
Extremamente cauteloso, ele planejou cada detalhe do assalto à Casa da Moeda durante anos e se mostrou, durante todos os 13 episódios da primeira temporada e dos seis episódios da segunda, um excelente líder.
Estratégico, empático e seguro, o Professor tem qualidades que são muito importantes a um líder no mundo corporativo, desde a escolha certeira de cada membro da equipe, até a forma de lidar com a situação quando tudo parece sair do controle.
O que esse líder da ficção pode ensinar aos líderes do mundo corporativo?
Formação de equipe
O Professor selecionou a dedo os oito integrantes que fariam parte da execução do seu plano, combinando as habilidades de cada um deles para a impressão de 2,4 bilhões de euros e o sucesso do seu plano.
Uma vez no papel de líder, umas das responsabilidades está em montar uma equipe que atenda às suas necessidades e isso significa saber lidar com diferentes perfis.
Assim, identifique o papel de cada um no grupo e busque, na hora de selecionar, as habilidades e capacidades individuais mais marcantes.
Dessa forma, será mais fácil selecionar os profissionais adequados e alocar cada profissional nas atividades certas, para aproveitar o melhor de cada um.
Uma dica: aposte na diversificação. É uma tendência que líderes contratem pessoas com perfis muito semelhantes aos seus. Isso pode até facilitar em alguns pontos, mas por outro lado pode desfalcar a equipe de certos conhecimentos.
É como na série: enquanto uns entendem de tecnologia, outros lidam com gente, produção, logística, estrutura. E, juntos, formam um time. Busque essa diversificação e tenha uma equipe cada vez mais completa.
Integração e treinamento
Selecionados os oitos integrantes da quadrilha, o Professor os reuniu em uma casa, onde passaram cinco meses apenas entendendo o plano, treinando as ações e se adaptando uns com os outros.
Ter essa preocupação de integrar o time e treinar cada membro para suas atividades, de acordo com o objetivo da empresa, é essencial para o sucesso de uma estratégia.
Uma dica: prepare a chegada do novo colaborador. As responsabilidades continuam mesmo após a assinatura de contrato do novo colaborador.
Certifique-se de ter uma política de integração e treinamento e destine o tempo necessário para apresentar adequadamente o novo membro da equipe a toda organização e integrá-lo à cultura da empresa.
Planejamento estratégico
O Professor traçou cada etapa do processo e conhecia, como ninguém, cada fase e possíveis contratempos. Ele conhecia o negócio, sabia onde queria chegar, tinha tudo muito bem estruturado e, acima de tudo, sabia delegar.
Uma dica: conheça o trabalho, mas dê autonomia. Saiba fazer o que precisa que os outros façam, mas empodere. Pare de microgerenciar pessoas e tarefas. Dê as diretrizes, mas deixe sua equipe trabalhar, criar e inovar.
Estabilidade emocional
Mesmo quando tudo parecia sair do controle, o Professor arrumava uma solução para escapar e nunca permitia que nenhum membro da equipe ficasse desamparado durante o processo.
Uma dica: lidere pelo exemplo. Liderar pelo exemplo exige que a pessoa possua uma postura confiável e inspiradora, para que seus seguidores possam analisar cada atitude e retirar a inspiração necessária para continuar na concretização de resultados positivos.
Por Fernando Mantovani – diretor-geral da Robert Half
Fonte: Exame