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2 em cada 10 consumidores têm algum tipo de financiamento, mostram SPC Brasil e CNDL

19% não analisaram os juros e as taxas cobradas e 14% estão com o CPF negativado por causa de atrasos no pagamento das prestações. 17% tentaram fazer um financiamento nos últimos três meses.

Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todo o país mostra que 20% dos brasileiros possuem atualmente algum tipo de financiamento e que a principal finalidade para a contratação desse tipo de crédito é a aquisição de um carro (44%).

Na comparação com o ano passado, se destaca o fato da compra de uma casa ou apartamento ter diminuído de 41% para 19% e a compra de eletrodomésticos por financiamento ter aumentado de 4% para 16%. Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a crise econômica que o país enfrenta há três anos é um dos grandes motivos:

“Com uma renda menor e o desemprego em alta, os consumidores recuaram na procura por crédito a longo prazo, como a procura por uma casa ou apartamento, e os bancos também começaram a limitar esse tipo de financiamento pelo alto risco de inadimplência”, explica. “Ao mesmo tempo, a procura pelo crédito para a compra de eletrodomésticos demonstra que mesmo para produtos bem mais baratos o financiamento tem sido uma opção.”

Outros motivos ainda mencionados são a compra de motocicletas (15%), de eletrônicos (15%), móveis (14%), a reforma da casa (13%) e o pagamento da faculdade (10%).

Cerca de 17% tentaram fazer um financiamento nos últimos três meses, sendo que 8% conseguiram e 9% não conseguiram. Os principais produtos que tiveram o financiamento negado foram carro (27%), eletrônicos (15%) e casa/apartamento (14%). Já as principais razões que barraram o financiamento foram o valor solicitado maior do que a renda permitia (31%) e a restrição do nome (26%).

35% consideram as taxas de juros cobradas abusivas

Entre quem possui financiamentos, 82% têm apenas um atualmente. Cerca de 35% consideram as taxas de juros cobradas abusivas. Já a média dos que possuem é de 18 parcelas. A grande maioria (83%) não tem parcelas em atraso, mas 15% possuem de 1 a 10 prestações pendentes.

As principais garantias solicitadas para o financiamento foram o seguro (22%) e garantias de um avalista/fiador (20%).

Dois em cada dez brasileiros que têm financiamento não analisaram tarifas e juros

Sete em cada dez consumidores (71%) afirma que eles mesmos solicitaram essa modalidade de crédito, já 15% adquiriram após a oferta das instituições financeiras. Outra constatação da pesquisa é que muitos consumidores não tomaram cuidado antes de assumir um financiamento. Dois em cada dez (19%) entrevistados que tem esse serviço financeiro admitiram não ter analisado as tarifas e juros cobrados, sobretudo as mulheres (28%), e 14% não verificaram no orçamento a real possibilidade de pagamento das prestações antes de decidir pelo financiamento.

De acordo com os dados, 30% dos consumidores que estão pagando um financiamento já tiveram o nome incluído em instituições de proteção ao crédito em razão de atrasos das prestações, sendo que 14% ainda se encontram nesta situação. “Um financiamento é um grande passo para qualquer consumidor. Mesmo que se trate de um sonho de consumo, é preciso estar preparado para arcar com este compromisso, que certamente irá impactar o orçamento e a vida financeira por um longo período”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

“O primeiro passo é se planejar, fazendo as contas e considerando o valor da prestação, o prazo acordado e, principalmente, sua capacidade real de pagamento. Se o financiamento comprometer a quitação das despesas básicas, ou mesmo se a pessoa perder o emprego ou tiver uma diminuição na renda, são grandes as chances de endividamento e desequilíbrio financeiro, caso ela não se planeje corretamente”, explica.

64% fazem controle do financiamento

Considerando as instituições escolhidas para fazer o financiamento, 25% optaram por uma empresa em que já possuíam conta corrente, 22% fizeram na única que liberou o crédito e 20% escolheram a que tinha menores taxas e juros. Para Kawauti, nem sempre a melhor opção é a instituição onde a pessoa já é correntista. “Embora isso possa facilitar o processo, é importante fazer uma boa pesquisa de taxas e juros antes de escolher. Há muitas empresas e as taxas, prazos e demais condições oferecidas podem variar bastante”, indica a economista.

A pesquisa mostra ainda que 64% fazem algum tipo de controle do financiamento, sendo que 30% anotam as parcelas em caderno/agenda e 24% em planilhas de computador.

Metodologia

A pesquisa traça o perfil de 601 consumidores de todas as regiões brasileiras, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos e pertencentes às todas as classes sociais. A margem de erro é de 4,0 pontos percentuais e a margem de confiança, de 95%.

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