Planejamento. Como recomeçar o planejamento anual pós-quarentena
Nem as pessoas mais especializadas em prever cenários e criar planejamentos poderiam prever a atual crise que enfrentamos por causa do COVID-19.
Diferentemente de uma crise financeira, em que alguns especialistas conseguem criar cenários, todo o efeito do novo coronavírus pegou o mundo de surpresa e fez os planejadores voltarem para as suas mesas e recomeçarem os trabalhos.
A verdade é que, enquanto a sociedade se une para não deixar o vírus se alastrar, é preciso também rever cenários para o resto do ano.
Empresários dos quatro cantos do globo estão enxugando custos, revendo metas e até reinventando o seu próprio negócio.
É com essa realidade em mente que a CDL de Fortaleza traz algumas ações que você pode aplicar no seu negócio, a fim de minimizar os danos causados pela crise.
Reveja custos para não quebrar
Custos fixos
As primeiras coisas que passam na cabeça de um dono de negócio são justamente as contas a serem pagas. Aluguel de espaço, de loja, de equipamentos, pagamentos de produtos em estoque, energia, folha de pagamento…
A quantidade de contas a pagar é absurda e pode causar pânico quando se vê o tamanho do rombo que a crise pode causar.
Mas esse é o momento de manter a calma e ser racional.
Especialistas em gestão financeira sugerem que a primeira coisa a ser feita é um levantamento de todos os custos que a empresa tem para os próximos 3 meses.
Separe como mais importantes os custos fixos do seu negócio, ou seja, aqueles que fazem parte da rotina da empresa e não variam de acordo com a produção desta. São custos como:
- Aluguéis;
- Salários;
- Contas como água e energia;
- Materiais de limpeza.
Sabendo o quanto será preciso gastar nos próximos 3 meses, fica mais fácil negociar. Se o que a empresa captou não será suficiente para pagar o aluguel, por exemplo, entre em contato com o responsável e negocie antecipadamente.
O mesmo pode ser feito com as demais despesas. O que você puder negociar antecipadamente, melhor será.
Custos variáveis
Podemos dizer que os custos variáveis são os que têm relação direta com o produto e, dependendo dele, eles podem aumentar ou diminuir.
Alguns dos custos variáveis mais comuns são:
- Fornecedores;
- Impostos sobre faturamento;
- Comissões;
- Horas extras;
- Fretes.
O ideal a ser feito em relação aos custos variáveis é tentar enxugá-los o máximo possível, para que os recursos sejam economizados.
Mas é preciso ter cuidado para não comprometer o seu produto.
Entre em contato com o seu banco
Por ser uma crise diferente das demais vividas, igualando-se apenas à crise da gripe espanhola e às duas Grandes Guerras, os danos afetarão a todos.
Os bancos também estão de olho nesse cenário e já criam planos de ação para que os seus clientes (empresas) não fiquem sem assistência.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que estes poderão prorrogar dívidas em até 60 dias e que já se mobilizam para garantir linhas de crédito mais acessíveis.
Converse com o seu gerente e veja soluções para o seu negócio.
Fique atento às medidas governamentais
Desde o começo da crise causada pelo COVID-19, o Governo tem anunciado medidas que auxiliam a sociedade e as empresas a encontrarem alternativas para se manterem.
Além da preocupação com a saúde pública, estas são medidas que propõem um caminho para proteger a economia e garantir o funcionamento do comércio durante a crise e, principalmente, depois dela.
Mantenha-se sempre atualizado com as medidas que o Governo anuncia, pois algumas medidas podem auxiliar na construção de um novo planejamento para o restante do ano.
Use a criatividade para engajar seus clientes
Sem poder vender, muitos lojistas estão vendo o estoque se acumular por dias e dias. É nesse momento que é exigida dos gestores uma criatividade estratégica.
Como vender produtos se os consumidores não chegam à loja?
Muitas lojas estão criando canais emergenciais para que as vendas não parem. Mesmo as empresas que não têm presença on-line estão conseguindo rentabilizar, de alguma forma.
Não é preciso muito esforço para usar a internet como ferramenta de venda. O Facebook oferece o Marketplace e o Instagram também. Já o Google oferta o Google Shopping.
Seguir por esse caminho pode fornecer alternativas para que o seu estoque não fique parado e a empresa consiga minimizar os prejuízos causados pela crise.
Mantenha a comunicação com seus clientes
O mais importante de tudo é não se esquecer dos seus clientes. Embora o comércio se mantenha fechado e mesmo que sua empresa não venda de forma on-line, é essencial manter a sua marca presente na mente dos consumidores.
Mande mensagens de WhatsApp com as novidades da loja (caso haja), informe seus clientes sobre pagamentos, vencimentos de carnês, boletos, crie conteúdos que ajudem as pessoas a passar por essa situação.
Quando toda essa crise terminar, os consumidores estarão marcados pelas empresas que as ajudaram a atravessar a crise de forma mais fácil, divertida, e oferecendo soluções para os dias de confinamento.
Faça um planejamento de curto a médio prazo
Infelizmente, estamos em uma situação incerta para fazer planos ambiciosos e arriscados. Porém, isso não quer dizer que é preciso esperar tudo acabar para resolver o futuro.
Crie planos de ação, teste, analise os resultados e assim por diante. Vá construindo um caminho com cautela e atenção às mudanças.
Lembre-se de que o mundo todo está passando por situações iguais. Países ricos e pobres, grandes multinacionais e negócios de bairro – todos estão com dificuldades.
Registre todas as ações que foram feitas, as estratégias que deram certo e aproveite o momento para reinventar o seu negócio. Promova parcerias e seja inventivo.