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Pequenos negócios empregam 58,7% dos trabalhadores do CE

O número de empresas de pequeno porte, de um a cinco empregados, aumentou no Ceará em 2016. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua foi divulgada ontem (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a pesquisa, no ano passado, esses empreendimentos representavam 58,7% do total de 2,7 milhões de empregadores, trabalhadores por conta própria e empregados (desconsiderando os do setor público e os trabalhadores domésticos) cearenses. Isso representa mais de 1,6 milhão de trabalhadores das microempresas.

Na contramão, houve diminuição no número de empresas de grande porte, com mais de 50 empregados. Conforme a Pnad Contínua, no Estado do Ceará no ano passado, 20,4% trabalhavam em empreendimentos de grande porte, participação inferior à de 2015 (24,7%).

Segundo Mardônio Costa, analista de Mercado de Trabalho do Sistema Nacional de Empregos/Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT), os resultados da Pnad Contínua demonstram que as pessoas migraram para as pequenas empresas por conta do desemprego.

“Muitos desempregados pegaram os recursos dos processos de demissões e das indenizações e montaram seus próprios negócios. Cresceu bastante a ocupação autônoma por conta do crescimento muito forte do desemprego em 2016”, afirma.

Costa explica ainda que os números estão associados à falta de emprego em todo o País e não apenas no Ceará. “As pessoas viram na constituição de pequenos negócios uma alternativa para o desemprego. Serviços e alimentação são os grandes destaques. Mesmo informais, elas montaram suas empresas”, acrescenta diz o analista do IDT.

Impacto

O analista também observa que a retração da economia em 2015 e 2016 impactaram negativamente no mercado de trabalho. “À medida que aumentam as pequenas empresas diminuem as grandes empresas, com mais de 50 empregados. Diante dessa realidade, isso é uma estratégia de emprego e renda para a maioria desempregada”.

Outro ponto destacado por Costa diz respeito à falência de muitas empresas no período de recessão. “Houve uma retração da economia muito forte a partir de meados de 2014. Isso teve reflexos diretos nas empresas que fecharam as portas”, afirma o analista do IDT.

Tendência de recuperação

O analista do IDT também diz que aguarda neste ano uma lenta recuperação da economia nacional, já percebida, segundo ele, nos últimos resultados de emprego e nos índices de mercado. “A perspectiva é um crescimento de 0,7% no PIB do Brasil em 2017. Já a economia do Estado cresceu bem no primeiro semestre. A gente tem uma perspectiva melhor”.

Em relação ao mercado de trabalho, Costa espera que haja uma redução gradual do desemprego. “Então isso pode vir com uma ligeira melhora, pelo menos até o final deste ano, e não mudar muito o quadro das pequenas empresas porque ainda existe uma insegurança dos empresários por conta de problemas na área política”, pondera.

Oportunidades

Apesar da confiança do empresário não ser relativamente boa do que antes da crise, o analista do IDT afirma que vão haver algumas oportunidades de trabalho, pelo menos temporárias, até meados de 2017. “No entanto, não na medida de anos anteriores”, acrescenta.

Brasil

Em 2016, entre os 73,7 milhões de empregadores, trabalhadores por conta própria e empregados (desconsiderando os do setor público e os trabalhadores domésticos), 26% trabalhavam em empreendimentos de grande porte, participação inferior à de 2015 (29%).

Já o percentual daqueles que trabalhavam em empreendimentos de pequeno porte subiu para 50,1% no ano passado, contra o total de 48,1% em 2015.

Em todos os anos da série, grande parte desses ocupados estavam em empreendimentos de pequeno porte, com esse percentual ultrapassando a metade em 2016. Em empreendimentos com mais de 50 pessoas, o percentual variou de 30,5%, 2013 e 2014, para 29,0% em 2015 e 26% em 2016.

Regiões

Em 2016, as regiões Norte (68,0%) e Nordeste (61,7%) apresentaram o maior percentual de empreendimentos de 1 a 5 empregados. No período 2012-2016, a proporção de ocupados em empreendimentos de pequeno porte aumentou em todas as Grandes Regiões, sobretudo nas regiões Norte (de 60,8% para 68,0%) e Centro-Oeste (de 46,0% para 51,0%).

Em empreendimento com pelo menos 51 pessoas, a Regiões Sudeste (31,8%) apresentou o maior percentual e a Norte (14,7%), o menor. Entre 2012 e 2016, houve redução do percentual de ocupados em empreendimento com 51 pessoas ou mais em todas as Grandes Regiões, principalmente na Norte (redução de 29,3%).

MEIs

Já em relação aos Microempreendedores Individuais (MEIs), cadastrados no Portal do Empreendedor, houve aumento de 14,8% em setembro deste ano na comparação com igual período do ano passado no Estado do Ceará.

Em setembro de 2016, havia cerca de 210 mil MEIs, enquanto que no mês passado já eram mais de 241 mil microempreendedores individuais no Estado. No ano, o aumento foi de 9,3% no número de MEIs.

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