Ao todo, estará á disposição do Ceará o montante de R$ 2,28 bilhões do FNE. O valor é o terceiro maior disponibilizado na região. O BNB, operador do Fundo, realizou reunião com representantes dos diversos segmentos produtivos locais e definiu com eles a divisão de aplicação do recurso, disponível a partir de 2018.
O segmento de comércio e serviços terá, em 2018, R$ 750 milhões disponíveis, segundo estimativa de financiamento do Banco do Nordeste (BNB), para aplicação de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). A projeção foi estabelecida em reunião com representantes das entidades de classe, do Banco e do Ministério da Integração Nacional.
O segundo setor com maior aporte estimado para 2018 é a indústria, com R$ 600 milhões, seguido da pecuária, com R$ 500 milhões. A agricultura terá R$ 300 milhões; o turismo, R$ 100 milhões; e a agroindústria, R$ 30 milhões.
Ao todo, estará á disposição do Ceará o montante de R$ 2,28 bilhões do FNE. O valor é o terceiro maior disponibilizado na região. O Banco do Nordeste, operador do Fundo, realizou reunião com representantes dos diversos segmentos produtivos locais e definiu com eles a divisão de aplicação do recurso.
Previsões
Neste ano, o Estado realizou, até o mês de junho, 28,9% do que havia sido planejado no ano passado. De R$ 2,22 bilhões disponibilizados, apenas R$ 642,5 milhões tiveram destinação, conforme dados apresentados pelo Ministério da Integração Nacional. A proporção deixa o Ceará na penúltima colocação entre os 11 estados beneficiados com o recurso, superando apenas o Espírito Santo, que cumpriu 16,2% do previsto.
Em valores absolutos, o Ceará foi o segundo em montante recebido, atrás somente da Bahia, que conta com R$ 3,32 bilhões previstos para este ano. Já em recursos aplicados em absoluto (R$ 642,5 milhões), o Estado é o quarto, estando na sequência de Bahia (R$ 1,48 bilhões); Maranhão (R$ 651,4 milhões); e Pernambuco (R$ 646,1 milhões).
De acordo com a secretária de Fundos Regionais e Incentivos Fiscais do Ministério da Integração Nacional, Celine de Jesus Jardim Dória, uma das preocupações é que não haja dinheiro ocioso dentro das previsões estabelecidas.
“As nossas diretrizes e orientações gerais, que estabelecemos para o exercício de 2018, têm essa condição de ampliar ainda mais as possibilidades de investimento, de aplicação dos recursos. A gente está tentando sempre buscar mais oportunidades de negócios, para evitar o que a gente tem observado nos últimos anos que são os recursos que sobram”, disse.
Celine destacou a importância de se discutir com os agentes envolvidos como fazer a divisão do montante disponibilizado para a produção no Estado.
“O Ministério da Integração está empenhado, com as superintendências de desenvolvimento e os bancos regionais, como o BNB, no caso aqui do Nordeste, de criar uma ambiência propícia para otimizar a aplicação desses recursos, ampliar o quanto possível para superar esse momento de crise e atrair novos investimentos. O Ministério, como coordenador desse programa de aplicação de financiamento de recursos constitucionais, tem que ser instado para fazer isso. É fundamental que os bancos e superintendências criem essas oportunidades para podermos trabalhar em conjunto”, apontou a secretária.
Otimismo
Apesar de o Ceará ter cumprido pouco mais de 28% do projetado de janeiro a junho, o superintendente estadual do Banco do Nordeste no Estado, Jorge Antônio Bagdeve de Oliveira, demonstrou otimismo com a praça no restante do ano.
“Estamos indo bem. Até agora, temos um resultado dentro do esperado. Deveremos chegar em dezembro dentro do que programamos. A ideia é distribuir ao máximo a sinergia da discussão entre os setores para sair com valores compatíveis com o potencial do Estado em cada um, para que a gente não fique destinando recursos a setores que ainda não tem o dinamismo necessário para aplicá-lo”, disse o superintendente.
“O Ceará é um dos estados que mais aplica bem os recursos. No que já foi aplicado, está um pouco baixo, mas ainda temos quatro meses. O Ceará é mais cauteloso, talvez esteja esperando a redução das taxas de juros. O mercado aqui é muito conservador. A gente espera que otimize até o fim do ano”, completou a representante do Ministério da Integração Nacional.
Juros
Algo que preocupa os empresários ao tomar qualquer tipo de empréstimo é o valor que será cobrado de juros. Em relação ao Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, Bagdeve explica que, por definição, a incidência deve ser mais baixa. Desta forma, a Taxa de Longo Prazo (TLP), aprovada mês passado, deverá ter impacto positivo nas negociações, na visão do superintendente do BNB no Ceará.
“O banco tem uma taxa projetada hoje até o fim do ano e a gente entende que, por força da Constituição, de quando o Fundo de Financiamento do Nordeste foi criado, ficou determinado que, por ele ser um recurso estratégico para as regiões menos dinâmicas do País, deveria ter um custo menor. Dentro desse aspecto, a gente acredita que tenha um cálculo dentro da TLP para manter essa competitividade do Fundo, que continue sendo um recurso mais barato, com custo menor que o oferecido pelo governo nas outras regiões”, disse.
“A ideia é que a TLP fique em torno de 7%, é a projeção que tem se falado por aí, e a gente teria um redutor em torno de 40% para que se mantenha uma competitividade. Mas isso é uma coisa que ainda não está definida”, completou Bagdeve.
Celine nutre expectativas em direção similar quanto à nova taxa. “A TLP vem a espelhar um pouco mais a relatividade econômica. Mas só podemos firmar convicção quando a gente vivenciar a aplicação dela. A expectativa é que seja um indexador mais condizente com a realidade econômica”, comentou.
Fonte: Diário do Nordeste