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Assis Cavalcante, um contador de estórias

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Assis Cavalcante, proprietário da rede Óticas Visão, além de todos os afazeres do dia a dia, à frente de suas lojas e da entidade, ainda é um apaixonado por literatura.

Tanto que há cerca de sete anos começou a escrever.

“Eu advogava, e isso representa escrever todos os dias. Quando montei a 12ª loja e percebi que não teria como manter o escritório e as lojas simultaneamente, abandonei a advocacia, para me dedicar exclusivamente às Óticas Visão. Então decidi que continuaria escrevendo, através dos contos, para alimentar a minha alma. Fazia advocacia criminal e escrevi muitos contos sobre peças criminais, só que mais longos. Mandava para alguns amigos, mas não obtinha resposta. Bicho da Água Verde foi o primeiro conto que fiz mais curto e com um lado jocoso, o que teve uma repercussão muito positiva. Então, passei a escrever dessa forma”, explicou Assis.

Ele ressalta que são contos que vivenciou na advocacia e outros que criou, alguns com personagens fictícios, outros reais, e acabou caindo no gosto dos seus leitores. Dessa coletânea surgiu sua primeira obra: As estórias de Assis.

“Tenho um estilo carregado de cearensidade, pois isso agradava bastante às pessoas. E quando chamei o Falcão para fazer o prefácio do livro, ele ficou muito à vontade, pois o texto era muito carregado dos costumes, do linguajar e trejeitos do cearense. Tanto que alguns amigos que leem meus livros e são de outros estados, me ligam e perguntam sobre algumas expressões, como arriégua ou vai prá baixa da égua”, lembrou o presidente da CDL de Fortaleza.

O empresário afirma que quando vai escrever sobre cidades grandes, geralmente a praça é a do Ferreira, e quando é relativo a uma cidade pequena, é a Praça de Itapebussu, onde passou parte de sua infância. Está finalizando o seu segundo livro, que deve ser impresso ainda neste primeiro semestre.

“Dessa segunda obra falta apenas o título, que deve ser um dos contos que estão no livro. Provisoriamente, estamos definindo que pode ser: ‘A chegada do Gonzagão no Céu’. Mas, em breve, isso estará definido”, advertiu Assis.

Estilo

Este novo livro tem 40 contos, pois o dirigente diz não ter muita sensibilidade para escrever poesias, mas com muito custo colocou três ou quatro composições desse tipo.

“Meu estilo é mais jocoso, com contos autônomos, de uma lauda e meia, para que a pessoa possa ler do início ao fim e, se tiver mais tempo, poderá ler outros. Ou como se diz Itapebussu, dá prá ler num forgo (fôlego) só. Recebi muito incentivo de minha esposa, Edna, pois ela via certas situações, que poderiam gerar um novo conto. Dá para dizer que alguns deles foram meio que escritos a quatro mãos”, asseverou.

Seu primeiro livro tem, na capa, um bloco, uma caneta e um óculos, pois estes objetos têm muito a ver com sua vida.

“Eu tinha oito anos e meu pai me deu uma enxada para dar um dia de trabalho na roça e quando voltei, com as mãos calejadas, ele perguntou como tinha sido e falei que não dava para mim. Então, ele pegou uma caneta e disse: ‘essa é a caneta de quem gosta de estudar e aquela outra (enxada) é a de quem não gosta. Mas as duas têm o seu valor’. Ele era mecânico, mas me passou muitos ensinamentos e esse foi um dos principais. Sobre a capa do meu primeiro livro digo que o bloco me permitiu as anotações, os óculos me aproximaram da leitura, e a caneta foi a opção, pois poderia ter ficado com a enxada”, emocionou-se Assis.

O presidente da CDL de Fortaleza lembrou que quando o poeta Paula Ney descreveu a loura despojada do sol, foi muito feliz, pois Fortaleza completou 292 anos com muita beleza.

“Parece que foi feito um planejamento estratégico para ser o que ela é: bonita, hospitaleira. Já fizemos nevar na Praça do Ferreira em nosso Natal de Luz. Aqui foi uma cidade que me abraçou e jamais a deixarei por cidade alguma”, finalizou Assis Cavalcante.

Fonte: Jornal O Estado

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