Apesar de serem muito relacionadas entre si, ética e Integridade não significam a mesma
coisa, sendo a ética mais ampla e a integridade, que é uma das características de um
indivíduo ou instituição considerada ética.
A ética é uma área de conhecimento, que avalia o comportamento de indivíduos e
organizações em relação aos valores e princípios aceitos pela sociedade.
Para aqueles que tem o seu comportamento congruentes com esses princípios, a avaliação é de uma
postura ética.
No outro caso, quando o comportamento, desses valores e princípios se
afasta, a postura é tida como antiética.
A integridade é comumente entendida como qualidade daquele que se comporta de
maneira correta, honesta e contrária à corrupção, ou seja, o indivíduo ou instituição que,
tendo em vista seus fortes princípios e valores, não se corrompe por nenhum valor em
prol de vantagens e benefícios indevidos.
Quando aplicado às organizações empresariais, os conceitos da ética e da integridade
demonstram que as empresas, à despeito do que se pensa, não são inanimadas, meros
agrupamentos de indivíduos, mas sim entes vivos que carregam características de
pessoas físicas, e talvez por isso sejam chamadas também de pessoas, mas jurídicas.
Entre as características “pessoais” das empresas encontram-se decisões,
responsabilidades, compromissos, relacionamentos, objetivos, que observadas do
ponto de vista da ética, concedem a elas o status de agente moral, capacitando-as a
serem avaliadas, especialmente em relação à sua responsabilidade social.
Mas o que é responsabilidade social?
Existem basicamente duas correntes de pensadores que tratam do assunto: aqueles que
seguem a Doutrina da Responsabilidade Social de Andrew Carnagie (Sec. XIX), para
quem a empresa é uma organização social, com responsabilidade para com seus
empregados, clientes e sociedade; e aqueles que seguem a Doutrina da
Responsabilidade para com o Acionista de Milton Friedman (Séc. XX), para quem a
responsabilidade das empresas é para com os acionistas, visto que os impostos pagos
ao Governo isentam-nas de sua responsabilidade direta para com outros interessados.
Independentemente dos argumentos em favor ou contra de uma ou outra corrente,
parece mais lógico observar um conceito mais moderno, do início do Sec. XXI proposto
por Oded Grajew, Fundador do Instituto Ethos, para quem a responsabilidade social
reside no fato de compreender que toda decisão tomada por uma empresa impacta
diretamente em diferentes níveis da sociedade, então a empresa deve buscar sempre
tomar decisões que impactem de maneira positiva na vida das pessoas. Isso sim é ética,
não acha?
Então, ter ética e integridade na empresa, significa:
- Respeitar os parceiros do seu negócio, todos eles, pensando de maneira
colaborativa, em uma estratégia ganha-ganha;
- Tratar bem os funcionários garantindo um ambiente de qualidade, que proporcione
crescimento e satisfação, livre de preconceitos e assédios de quaisquer tipos;
- Honrar contratos e acordos, que são a base dos negócios e devem espelhar os
valores e princípios da segurança jurídica para todas as partes;
- Respeitar as leis, todas elas, não se furtando à responsabilidade de garantir que elas
sejam cumpridas integralmente por sua empresa, seus funcionários e parceiros;
- Não enganar os clientes, que em última instância são a razão de ser de seu negócio
e merecem o privilégio da sua máxima atenção e respeito;
- Não cometer infrações e evitar que elas aconteçam, utilizando-se do bom senso e
de ferramentas que possibilitem a principal ação da integridade, a Prevenção!
Dessa forma, aquela empresa que se comporta de forma ética e íntegra, consegue
construir junto a seus clientes, parceiros, fiscalizadores e até mesmo concorrentes, uma
reputação que, se não garante negócios mais volumosos e lucrativos, oferece uma
relação de boa vontade que facilita o seu desenvolvimento.
Pense nisso na sua próxima ação comercial e boas vendas!
GILBERTO SOCOLOSKI JUNIOR, M.Sc, CEC.
Administrador, Especialista em Comércio Exterior e Mestre em Engenharia da Produção
pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, além de Certified Expert in
Compliance (CEC) pelo Instituto ARC, São Paulo. Professor universitário há quase 30 anos
nas áreas de Administração, Marketing, Comércio Exterior e Compliance, tendo atuado
como Assessor Comercial na Embaixada da Índia, Analista Internacional na APEX Brasil
e Analista Técnico no Sebrae Nacional. Atualmente é Sócio Diretor da Socoloski
Consultoria.
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