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Economia: “recuperação ocorrerá de forma mais lenta”

Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a instabilidade política afetará o ritmo de retomada da economia brasileira nos próximos três ou quatro anos.

A nova onda de crise política que vem abalando o País novamente desde março deste ano não irá interromper a recuperação da economia brasileira, defendeu ontem a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, durante palestra na CDL de Fortaleza. Ela pondera, entretanto, que as incertezas políticas devem tornar a retomada ainda mais lenta, ao longo dos próximos três ou quatro anos.

“Não podemos descartar a recuperação, ela ainda vai acontecer, mas de maneira mais lenta. Vai ser a passos de tartaruga pelos próximos anos, uma vez que não sabemos ainda como essa crise vai se resolver e ela, certamente, vai reverberar em 2018 (nas eleições)”, aponta a economista. “Quando tudo isso ficar para trás, o mercado ainda vai ter que absorver toda essa massa de desempregados para que a economia possa ganhar fôlego”.

Ela observa que a recuperação lenta faz com que o consumo continue menor, considerando os níveis em anos de crescimento, mas que não significa uma redução da pauta de consumo.

“Com o FGTS, muita gente pagou dívidas e consumiu produtos do dia a dia, mais adequados à sua realidade. A procura é maior por itens necessários, deixando os supérfluos um pouco de lado. O mercado tem que se adaptar a essa realidade”.

Perspectiva

Em relação ao segundo semestre, que tradicionalmente costuma ser um período melhor para o comércio, Kawauti destaca haver uma expectativa positiva ante os primeiros seis meses do ano por conta da força de feriados como Dia dos Pais, Dia das Crianças e de festas de fim de ano. Ainda assim, ela destaca não esperar uma melhora substancial em comparação a períodos de abundância econômica.

A economista ainda ressaltou a importância da aprovação das reformas para a retomada do crescimento econômico do País.

“A reforma é importante para ajustar o orçamento do governo brasileiro, que gastou mais do que podia por muito tempo. Isso cria uma desconfiança geral em relação ao País, o que acaba impactando as empresas. Se elas saírem do radar, haverá um crescimento menor”, defende.

Fortaleza Liquida

O mercado local tem um motivo a mais para ficar otimista no segundo semestre, de acordo com o gerente de Negócios e Relacionamento da CDL de Fortaleza, Victor Pimentel. Isso porque a Fortaleza Liquida, tradicional campanha da entidade, acontecerá no segundo semestre. “O objetivo é sempre o de fomentar o consumo e tornar o comércio de Fortaleza mais forte”, destaca.

Pimentel aponta que o cenário local acompanha a situação nacional, observando um pequeno crescimento na área de supermercados, em 1%. “Isso reforça o crescimento da economia, porém focado no consumo imediato. As pessoas estão regularizando dívidas, vemos um crescimento disso, mas elas ainda estão preocupadas e não estão tomando novas dívidas”, ressalta.

Seminário

Dentro da programação do 3º Seminário Regional do SPC, que segue até hoje, o gerente nacional de Negócios do SPC Brasil, Ronaldo Guimarães, apresentou opções de produtos aos empresários para que seus negócios se mantenham competitivos. “Há tanto a solução tradicional, de consulta ao CPF e CNPJ, como o SPC Score, uma nota que é dada aos consumidores com base em seus históricos”.

Outro produto apresentado foi o SPC Conciliador, software que confere automaticamente o recebimento de todas as vendas realizadas por cartões. “As redes de captura de cartões fazem o depósito do pagamento descontando um percentual predefinido. E as empresas teriam que conferir um a um. O software faz isso de forma automática”.

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