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Assis Cavalcante: “A solidariedade nada custa e muito agrada a Deus”

No mundo em que vivemos, na correria do cotidiano, as buzinas, a informação que rapidamente flui. A pressa no fazer melhor a cada dia, na necessidade de produzir rápido, a preocupação de formar bem os filhos, a preocupação com a governabilidade da nação, os refugiados das guerras, tudo isso tem colaborado para que nos afastemos dos bons princípios, da cidadania, do bem querer das pessoas.

Quando nos aproximamos de uma pessoa e passamos a conviver, se formos olhar somente os defeitos, essa relação estará fadada a insucesso, é necessário apenas fazer valorizar as virtudes e desprezar os defeitos. Esses julgamentos açodados têm nos afastado do básico ensino de Jesus, que deixou 10 mandamentos, mas bastaria apenas um e o mais difícil, “amemos uns aos outros”, e estaria tudo resolvido.

Para clarear mais meu pensamento, me aproprio da Parábola do Bom Samaritano de Jesus. Imaginemos um homem cruzando a ponte e, de repente, observa alguém caído, a reclamar algum refrigério, socorro. Sentido com o quadro, o transeunte, cheio de dó, lamenta a situação e continua a caminhada, o expediente de trabalho exige-lhe a presença logo. Seria este aqui um egoísta, indiferente ao problema d’alguém que sofre?

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Pois outro homem, diante da mesma cena, apieda-se do agonizante e, tomado de misericórdia (“coração compadecido”), desce a encosta íngreme, inóspita, e vai ter com o “irmão infortunado”, prestando-lhe assistência. Concretamente, aplaca as dores do padecente. Imagino que esse aqui exercitou o nobre “sentimento de identificação com o problema de outrem, o que leva as pessoas a se ajudarem mutuamente”. Praticou a solidariedade, o “sentimento de simpatia, de identificação com os pobres, os desprotegidos e descamisados”.

Como faz bem à alma poder dar o mínimo em benefício de alguém que precisa do seu irmão. E se eu não dispuser de tempo para “descer a ponte íngreme” e acolher meu irmão em suas dores? Uma dica: pratica a caridade material, dá-lhe o agasalho. E se eu não tiver dinheiro pra cesta básica do que tem fome? Ora por ele, entrega-lhe os problemas ao Criador de todas as coisas. Uma coisa urge fazer: auxiliar quem necessita. As dores da infeliz criatura são maiores que as nossas.

Deus dá a cada um segundo as suas obras. Franciscanamente, recebe (as bênçãos de paz do Pai) o que se dispõe a doar. Vamos, pois, dar o melhor que pudermos. Nossa conquista tem por premissa a disposição sincera de descer a “ponte íngreme” e acolher quem caído se encontrar, independente de quem seja, mesmo no mundo violento de agora. Deus protege quem protege os filhos dele, nossos irmãos em Cristo. Ele é “nosso escudo e proteção”. Acreditemos!

Assis Cavalcante – Diretor da CDL de Fortaleza e presidente da Ação Novo Centro. (assisvisao@secrel.com.br)

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